Páginas

domingo, 6 de novembro de 2016

Carta pra Ela (e a Esperança de um Futuro no Passado)


Estou em casa com a família assistindo TV, e uma atriz de mesmo nome faz meus pais automaticamente perguntarem sobre você. Na mesa do bar os amigos perguntam sobre nós e não sei exatamente o que responder.

Nossa relação começou em um instante, e em outro qualquer acabou. Se tivéssemos percebido antes a direção na qual estávamos indo, será que teria sido evitado?

Éramos o casal perfeito, com todos os nossos defeitos. E de repente não nos conhecíamos mais. O Universo tratou de nos separar da pior forma possível: sem explicação nenhuma.

É, eu sei, eu continuo colocando a culpa no Universo quando não quero assumir minha parte de responsabilidade. Mas não foi por isso que não ficamos juntos, certo?

Aliás... por que mesmo não estamos juntos?

Sempre que deito na nossa cama eu fico olhando para o teto e essa pergunta se repete várias e várias vezes na minha cabeça. Sem resposta.

Onde você está agora? Seja onde for, espero não haver uma resposta ai também. Quem sabe um dia você cansa de procurar e volta.

Eu nunca fui de olhar para o passado, mas você é uma parte dele que eu gostaria de rever. E também a única que ainda posso ter.

Quem dera poder acordar novamente ao seu lado e sentir que as coisas voltaram (um pouco) ao seu lugar. 

[...]

— Hugo Lima

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Quando o Amor supera o Orgulho


Já era tarde naquele domingo chuvoso e, como de costume, teria uma segunda-feira longa. A consciência do fato, porém, não lhe era suficiente para trazer o sono.

Encontrava-se em um daqueles momentos de impasse: deitado em sua cama, a olhar para o teto escuro, pensava se deveria insistir na relação corturbada - para não dizer extinta - com a garota capaz de acelerar seu coração todos os dias ou seguir em frente.

Naquela noite fazia exatamente um ano desde o ultimo encontro dos dois, mas ele ainda sentia algo diferente toda vez que alguém perguntava sobre ela ou mencionava o nome aleatoriamente.

Desde os finais de semana assistido Netflix até as viagens de última hora. Desde o amor de conchinha até o sexo intenso. Desde a alegria nas risadas até o conforto do silencio. Era tudo saudades.

E com a mentalidade de quem já não tinha mais nada a perder (por vezes confundida com a coragem de bêbado) pegou o celular e enviou uma mensagem no meio da madrugada.

- Oi, já faz tanto tempo. Só queria saber como voce está.

Naquela noite não recebeu resposta, e passado algum tempo acabou pegando no sono. No dia seguinte, para surpresa dele mesmo e, talvez, até da garota, uma resposta:

- Também sinto sua falta.

O orgulho as vezes nos tira tantas possibilidades... Sorte para alguns nao conhecer esta palavra.

[...]


"Se você optar pelo orgulho, aprenda a lidar com a saudade."
...

— Hugo Lima

segunda-feira, 11 de abril de 2016

É sempre a mesma vista, mas nunca com o mesmo olhar

Foto: Hugo Lima / Instagram: hugolima94


Segunda-feira, seis da manhã, o alarme do celular e a luz do sol invadindo o quarto anunciam o início da semana. Nas casas vizinhas, pessoas despertam de forma semelhante, mas esta é uma das poucas coisas que fazemos igual.

Banho, café, transporte público lotado e, claro, trânsito. Na chegada ao trabalho, há quem goste das reclamações matinais, já eu fico com o clássico "Bom dia!", afinal de contas é assim que ele se parece pra mim.

Daí vem a rotina, as cobranças. Pausa para o almoço. Mais um pouco de rotina. Nessa hora passa pela minha cabeça quantos desejam um pouco dessa rotina pra conseguir sustentar suas famílias. O ser humano é muito bom em ser ingrato e parece amar isso.

Passa das cinco da tarde, o por do sol ilumina as casas e escritórios, e alguns aproveitam para comentar - as vezes sozinhos, as vezes para outros - que é ótimo que o dia de trabalho tenha chego ao fim.

Transporte público lotado, cansaço... ah, e o tal do trânsito, claro! Em casa: outro banho, jantar, algum programa na teve e cama. Ufa, acabou!

[...]

O alarme pontual informa que são seis da manhã, agora de uma terça-feira.

Você levanta da cama, abre a janela e admira a beleza do céu azul junto ao sol. Toma um banho e um café, e está pronto para começar o dia.

No trajeto ao trabalho, um bom livro lhe distrai a ponto de você quase perder sua parada.

Escritório. "Bom dia!". Trabalho duro, dedicação, aquele merecido almoço incrível - independente do que esteja comendo - e mais um pouco de trabalho duro.

O por do sol invade o escritório e você sorri ao olhar pela janela, pois sabe que poderia ficar com Aquilo pra sempre sem o menor problema.

Em casa, a companhia da família e o merecido descanso. Boa noite, e até amanhã!

Segundas e Terças, de modo geral, são dias idênticos. É sempre a mesma vista, mas nunca com o mesmo olhar.

— Hugo Lima

domingo, 17 de janeiro de 2016

Aquele do ano novo



Abraços entre roupas brancas e fogos de artifício no céu apontavam a virada do ano. No tão conhecido "ritual", alguns choram, outros sorrirem... Há quem apenas agradeça.


O ano de 2015 prometia ser de calmaria: entre uma Copa do Mundo e as Olimpíadas, seria o tempo de recarregar as energias. Quem dera!

Como um grupo de soldados que chega ao fim de uma guerra, saímos aliviados ao mesmo tempo que relembramos perdas e tentamos entender como ainda estamos de pé. "O que não me mata, me torna mais forte", como bem disse Nietzsche. Talvez seja a melhor explicação.

Se há um sentido por trás disso tudo, confesso não conhecer. Mas entendi que do Futuro ninguém sabe e que no Passado ninguém mexe, o que nos deixa somente com o Presente. E que desfeita seria não aproveita-lo.

Hoje eu acordo e penso que, apesar de tudo, precisamos continuar sonhando. Minha certeza é uma só... Eu estou Vivo! E você?

— Hugo Lima